Quintana não é porto-alegrense de nascimento, mas tinha a cara de Porto Alegre. Como tantos que vivem na Capital hoje, que pela cidade foram abraçados e pela qual se apaixonaram. Foi assim com Quintana, poeta de frases simples e astutas, que tocavam a todos; que escreveu para crianças e adultos com a mesma simplicidade e incrível capacidade. Sempre que penso em Porto Alegre, lembro de Quintana e do poema O Mapa: “Olho o mapa da cidade como quem examinasse a anatomia de um corpo... Sinto uma dor infinita das ruas de Porto Alegre onde jamais passarei... Há tanta esquina esquisita, tanta nuança de paredes (...). E há uma rua encantada que nem em sonhos sonhei...” Porto Alegre e Quintana se confundem.
Nosso poeta – que teve sua vida diretamente ligada à cidade de Porto Alegre – virou Casa de Cultura. Virou patrimônio histórico e marca de uma cidade que é revisitada por seus poemas em todos os cantos. Precisamos ampliar esse sentimento e consolidar Porto Alegre como uma referência cultural, como uma cidade que incentiva os produtores e agentes e que promove a cultura em suas diversas manifestações. Afinal, é através da cultura que um povo conta sua história. Para isso, precisamos fomentar o teatro e a dança; fortalecer o Fumproarte; valorizar a cultura de rua e o grafite; investir em museus, arquivos, bibliotecas, além de incentivar o público a visitar esses locais; investir na formação cultural; e, claro, descentralizar a cultura, facilitando, assim, o acesso de todos aos bens culturais de nossa Porto Alegre. Através de iniciativas como esta, a cidade de Quintana terá cada vez mais nuanças em paredes e outros tantos lugares.
Fonte: Site Jornal do Comércio
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