“Porque o reino do poeta... bem, não me venha dizer que não é deste mundo. Este e o outro mundo, o poeta não os delimita: unifica-os. O reino do poeta é uma espécie de Reino Unido do Céu e da Terra.”

Mario Quintana

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Canção de barco e de olvido



Para Augusto Meyer

Não quero a negra desnuda.
Não quero o baú do morto.
Eu quero o mapa das nuvens
E um barco bem vagaroso.

Ai esquinas esquecidas...
Ai lampiões de fins de linha...
Quem me abana das antigas
Janelas de guilhotina?

Que eu vou passando e passando,
Como em busca de outros ares...
Sempre de barco passando,
Cantando os meus quintanares...

No mesmo instante olvidando
Tudo o de que te lembrares.

(Canções)

Um comentário:

  1. Como uma pessoa da capacidade deste poeta pode dizer que a melhor coisa que fez foi ter nascido?...Realmente, se formos ver, o mundo não seria o mesmo sem ele

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