“Porque o reino do poeta... bem, não me venha dizer que não é deste mundo. Este e o outro mundo, o poeta não os delimita: unifica-os. O reino do poeta é uma espécie de Reino Unido do Céu e da Terra.”

Mario Quintana

sábado, 30 de julho de 2011

Mario Quintana



Nascido em Alegrete, em 30 de julho de 1906, o poeta gaúcho Mário Quintana tornou-se um dos principais escritores brasileiros do século XX.
Seus primeiros textos foram publicados na revista Hyloea, do próprio colégio em que frequentava, o Colégio Militar de Porto Alegre, onde estudou por cinco anos.
As principais características dos seus textos são a linguagem simples, clara, que fala de sentimentos e faz alusões ao cotidiano. Fala do amor, das tristezas, da infância, da morte, dentre outros.
Mais tarde foi convidado para trabalhar na Editora Globo, tornando-se empregado do jornal Correio do Povo, no Rio Grande do Sul.
Em 1940 foi publicado “Rua dos Cataventos”, seu primeiro livro de poemas.
Em sua carreira desenvolveu trabalhos de tradução, tendo o primeiro feito com a obra Palavras e Sangue, de Giovanni Papini. Interpretou obras de autores renomeados como Marcel Proust, Honoré de Balzac, Graham Greene e Guy de Maupassant, tornando-se um dos responsáveis pelo acesso do povo brasileiro às obras da literatura internacional.
Quintana teve seus poemas publicados no jornal Correio do Povo, onde trabalhou por quarenta anos, sendo este o maior veículo de divulgação de sua obra poética. Suas obras passaram a integrar os volumes didáticos das escolas, sendo publicadas em vários exemplares de livros da língua portuguesa e de literatura.
Uma das primeiras premiações que recebeu foi com o conto A Sétima Personagem, num concurso agenciado pelo jornal de Porto Alegre, Diário de Notícias.
Ao completar sessenta anos de idade foi homenageado pelos amigos Paulo Mendes Campos e Rubem Braga, com uma obra de sua antologia poética, com sessenta poemas inéditos, que recebeu o prêmio Fernando Chinaglia como o melhor livro do ano.
Em 1980 ganhou o prêmio literário, máximo, da Academia Brasileira de Letras, o troféu Machado de Assis, que homenageia um conjunto de obras.
Dentre tantas obras, as de maior destaque são: Canções, 1945; O Aprendiz de Feiticeiro, 1950; Quintares, 1976; O Baú de Espantos, 1986; dentre outros.
Um de seus poemas mais conhecidos é o Poeminha do Contra, após a terceira tentativa em conquistar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. O poema diz: “Todos esses que aí estão, atravancando meu caminho, eles passarão... eu passarinho”.
Mário Quintana faleceu em Porto Alegre, em 5 de maio de 1994, aos 87 anos de idade.
Amar:
Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...
O amor é quando a gente mora um no outro.
Mário Quintana
CANÇÃO DO AMOR IMPREVISTO
Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...
E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
nada, numa alegria atônita...
A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.
Mario Quintana
Fonte: Amambai Notícias

Semana do Poeta: 105 Anos de Mario Quintana




Durante a semana do aniversário do poeta, de 25 a 31 de julho, a Casa de Cultura Mario Quintana e a Travessa dos Cataventos estarão enfeitadas com passarinhos, tema recorrente na poesia de Quintana.

 Na entrada da Casa, na ala Oeste, a interferência de Zoé Degani, uma releitura do pássaro do conto infantil Pé de Pilão, dá boas-vindas aos visitantes.É primeira vez que o personagem ganha uma versão tridimensional, esculpida entre os versos do poeta e a concepção plástica da artista.

A homenagem se estende ainda com uma revoada de andorinhas na Travessa.  Dentro da Casa, passarinhos de papel machê confeccionados durante uma oficina feita especialmente para a ocasião com a artista e psicóloga Flávia Azambuja, na Oficina de Arte Sapato Florido.

Fonte: Jornal da Capital

105º aniversário de nascimento de Mario Quintana


Este sábado, dia 30 de julho, é uma data muito importante para a literatura brasileira, pois há 105 anos nascia nosso grande poeta Mario Quintana. Este blog já vem postando a programação dos eventos e homenagens a Mario e agora está na hora de uma homenagem nossa. Abaixo um poema de Manuel Bandeira feito em homenagem ao nosso poeta gaúcho:




Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.

Quinta-essência de cantares...
Insólitos, singulares...
Cantares? Não! Quintanares!

Quer livres, quer regulares,
Abrem sempre os teus cantares
Como flor de quintanares.

São cantigas sem esgares.
Onde as lágrimas são mares
De amor, os teus quintanares.
São feitos esses cantares
De um tudo-nada: ao falares,
Luzem estrelas luares.

São para dizer em bares
Como em mansões seculares
Quintana, os teus quintanares.

Sim, em bares, onde os pares
Se beijam sem que repares
Que são casais exemplares.

E quer no pudor dos lares.
Quer no horror dos lupanares.
Cheiram sempre os teus cantares
Ao ar dos melhores ares,
Pois são simples, invulgares.
Quintana, os teus quintanares.

Por isso peço não pares,
Quintana, nos teus cantares...
Perdão! digo quintanares.


Há 105 anos Mario Quintana conquista gerações e engrandece a nossa literatura com seus textos recheados de humor, irreverência e sutileza, além de expor uma personalidade rica, forte e marcante. Ele merece todas as homenagens, blogs e muito mais, para expressarmos nossa gratidão e amor por essa criatura que foi tão importante para nossa cultura e nosso povo.

PARABÉNS, MARIO PELA SUA 105ª VELINHA!

Mario Quintana: um poeta modernista


Se estivesse vivo, o poeta modernista Mario Quintana completaria neste sábado 105 anos. Nascido em 30 de julho de 1906 em Alegrete, no Rio Grande do Sul, quando jovem trabalhou no jornal O Estado do Rio Grande. Nessa época, Mario Quintana já escrevia poesias.
Fez parte da Revolução de 30, quando se mudou para o Rio de Janeiro. Depois voltou para Porto Alegre e trabalhou como tradutor da Editora Globo, dirigido por Érico Veríssimo. Mais tarde, o poeta trabalhou no jornal Correio do Povo, onde ficou até 1985.
Mario Quintana escrevia com simplicidade e uma dose de humor sutil. Utilizava a linguagem coloquial e cotidiana.  Em 1940, publicou seu primeiro livro – A rua dos cata-ventos. Em seguida lançou Canções, Sapato florido, Espelho mágico O aprendiz de feiticeiro. Mais tarde, foram publicados Poesias – uma compilação de seus primeiros livros – e Antologia Poética.
Outros livros do autor são: Pé de pilão, Apontamentos da história sobrenatural, A vaca e o hipogrifo, Esconderijos do tempo, Nova antologia poética, Batalhão das letras, Sapo amarelo, Baú de espantos, 80 anos de poesia, Porta giratória Velório sem defunto.

Modernismo
O modernismo, no qual Mario Quintana se inseriu, foi um movimento nas artes e nas letras brasileiras para romper com as tradições acadêmicas. O objetivo era atualizar as artes e as letras no Brasil quanto ao que havia de vanguardismo na Europa e encontrar uma linguagem nacional.
Na Europa, estava havendo uma revolução estética. Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Ronald de Carvalho e Graça Aranha, que mais tarde fariam parte da Semana de Arte Moderna, estiveram no velho continente e lá conheceram os movimentos vanguardistas. Voltaram convencidos de que o Brasil precisava de uma revolução estética.
O marco inicial do modernismo foi a Semana de Arte Moderna de 1922, que reuniu artistas de São Paulo e do Rio de Janeiro para divulgar a arte moderna. A Semana foi organizada por Oswald de Andrade e Mário de Andrade, trazendo para o Brasil tendências que já haviam aparecido na Europa no final do séc. XIX. Tratava-se da modernização da arte brasileira. Os modernistas iam contra o parnasianismo, um tipo de poesia formal em alta na época. Para eles, os avanços científicos e tecnológicos do país exigiam um novo posicionamento literário, que abordasse temas contemporâneos e dinâmicos.

Primeira fase do Modernismo
A primeira fase do Modernismo foi de 1922 a 1930. Oswald de Andrade e Mário de Andrade pertenciam à primeira fase do modernismo e queriam reconstruir a cultura brasileira sobre bases nacionais e promover uma visão crítica do passado histórico e das tradições culturais do país, acabando com o complexo de colonizados que existia no Brasil. Eles defendiam uma visão nacionalista e crítica da realidade brasileira. Na apresentação de obras na Semana, mostraram inspirações nos movimentos de vanguarda da Europa, como o dadaísmo, o futurismo, o expressionismo e o surrealismo.
Este primeiro momento do Modernismo era vanguardista, combativo e revolucionário. Nele, foram publicados Memórias sentimentais de João Miramar Pau-Brasil, de Oswald de Andrade; A escrava que não é Isaura Macunaíma, de Mário de Andrade; O ritmo dissoluto, de Manuel Bandeira, entre outros.

Segunda fase do Modernismo
A segunda fase do Modernismo, que foi de 1930 a 1945 e à qual Mario Quintana pertenceu, tem uma literatura menos desafiadora das regras, mas é tão amante da liberdade quanto a primeira fase modernista. Entre suas características estão a manutenção das conquistas da primeira fase, o retorno ao passado, o questionamento do “eu” e a consciência da sua fragilidade, o aprofundamento das relações do “eu” com o mundo, a retomada da análise psicológica, o regionalismo crítico, o romance social nordestino, o equilíbrio formal e temático e o romance de denúncia política e social. Há destaque para a prosa de ficção. O romance se destaca como análise crítica da realidade.
Na prosa, surge o interesse por temas nacionais, com uma linguagem mais brasileira. Os romances se voltam para o regionalismo, principalmente o nordestino, onde havia problemas como a seca, a migração e a miséria. O romance urbano e psicológico, o romance poético-metafísico e a narrativa surrealista também surgiram durante o movimento.
Nesta segunda fase, ocorre o amadurecimento da poesia. Há o questionamento da existência humana e do sentimento de “estar no mundo”. Os autores também abordam as inquietações sociais, religiosas, filosóficas e amorosas.
Além de Mario Quintana, destacaram-se na poesia do modernismo literário brasileiro desta segunda fase Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Jorge de Lima e Murilo Mendes. Na prosa, são reconhecidos Jorge Amado, Érico Veríssimo, Graciliano Ramos, José Lins do Rego e Rachel de Queiroz.

Fonte: Site Vestibular

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Homenagem a Mario Quintana


A Livraria Acadêmica está convidando a comunidade rio-grandina para comparecer a seu estande, no espaço literário da 33ª Fearg/16ªFecis, onde acontecerá uma homenagem ao grande poeta gaúcho Mario Quintana neste sábado, 30, às 19h.

O poeta José Paulo Nobre, membro da Academia Rio-Grandina de Letras, é conhecedor, estudioso e pesquisador da obra de Quintana, tendo lhe dedicado muito de sua produção poética, inclusive, um livro inteiro intitulado “O Anjo Disfarçado”.

Paulo Nobre, com suas poesias, será o mestre de cerimônias nas homenagens a Quintana, nessa data que seria seu aniversário. O momento contará também com a participação do Grupo de Poetas Livres Girassol.

Fonte: Site Jornal Agora